A psicanálise ocupa-se de coisas simples, muito simples, que são ao mesmo tempo muito complexas. Ela se ocupa do amor e do ódio, do desejo e da lei que o barra, do sofrimento e do prazer que buscamos incessantemente, das nossas palavras, dos nossos atos, dos nossos sonhos e das nossas fantasias. De fato, são coisas simples e complexas, e ao mesmo, tempo atuais.
Para escutar um paciente é necessário estar perto dele. Não apenas para escutar suas palavras, mas, suas tensões inconscientes. Que na realidade são aquilo que lhe faz sofrer.
A psicanálise é uma viagem que tem como ponto de partida a angústia e como ponto final a descoberta de sua origem. Nessa viagem o passageiro, ou paciente, tem um companheiro que viaja bem perto dele, o analista.
O inconsciente é um universo que habita dentro de nós. Ele pode ser assustador porque as construções que habitam esse universo vêm de nós mesmos. E os rostos desses habitantes parecem demais com as pessoas que amamos.
A psicanálise tem amplo sucesso no tratamento de diversas afecções, tais como, transtornos de humor (depressões), transtornos de ansiedade (fobias), transtornos alimentares (anorexia, bulimia), transtornos obsessivo-compulsivos, depressão pós-parto, neurose infantil, conflitos conjugais, profissionais, dentre outras patologias. Nos casos de neuroses e psicoses mais graves auxiliam sobremaneira o tratamento psiquiátrico.
Mas, para que seja eficaz, é necessário que aquele a quem analisamos sofra, mas, não suporte mais sofrer, e que se interrogue sobre as causas desse sofrimento, e que tenha dentro de si a esperança de que o profissional que o analisa possa ajudá-lo. É justamente esse conflito interior que a psicanálise tenta fazer desaparecer.
De maneira resumida podemos dizer que o psicanalista ouve as palavras e escuta o inconsciente. Esse processo começa pela observação ao comportamento e a atitudes de seu paciente. Depois vem a compreensão. Nessa parte do processo o analista tenta entender o sentido das palavras ditas e dos comportamentos observados. A junção destes dois elementos leva à escuta propriamente dita. Essa escuta qualificada nos leva à identificação, onde o analista sente a emoção da vivência traumática do paciente. São estas etapas que levam o psicanalista a interpretar no sentido de levar o paciente a um processo de ressignificação de seu conflito.
Uma interpretação segura diz ao paciente aquilo que ele já sabia, mas, de maneira confusa. Ao entender aquilo que lhe confundia abre-se a perspectiva do entendimento em sentido amplo. É o que o permite reescrever sua história, mudar seu destino, tomar melhores decisões e viver uma vida mais plena e sincera consigo mesmo.
É para isto que serve a psicanálise.
Nivaldo dos Reis
Psicanalista
2 comentários em “Para que serve a psicanálise?”
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