Obesidade também tem a ver com a saúde mental.

Quando falamos em obesidade talvez tenhamos uma opinião um pouco restrita do que de fato estamos falando e por este motivo precisamos ampliar nossa visão a esse respeito. Primeiro que obesidade tem várias causas, inclusive hormonais, mas nem sempre, por vezes esquecemos que obesidade também tem a ver com nosso funcionamento mental.
Muitas vezes a obesidade começa desde cedo, quando somos crianças, e interpretamos certos aspectos da nossa vida de forma um pouco distorcida, ou vivemos situações traumáticas, privações de vários tipos, e nisso as pessoas que nos cercam contribuem muito. Por exemplo, a obesidade na infância pode significar que alguma coisa não vai bem nas minhas relações com os pais, com irmãos, com os amiguinhos, comigo mesmo: passo a comer guloseimas demais, como biscoitos, chocolate, doces, lanches gordurosos… às vezes por pura compensação, seja de afeto, seja de atenção, ou algum tipo de privação.
Depois. Inevitavelmente, vem o bulling, na escola e entre amiguinhos, o que rebaixa a autoestima, pode levar à timidez e ao isolamento. É uma bola de neve, que, sem cuidado e atenção, pode seguir até a adolescência, trazendo nova fase de transtornos.
Baixa autoestima, culpa, isolamento, ansiedade, depressão…tudo isso pode vir se juntar à obesidade. Portanto, é urgente que os pais atentem para os primeiros sinais de ansiedade, compulsão e obesidade, que costumam andar juntas. Na vida adulta, tendo como resultado uma obesidade mórbida, de sobrepeso em torno de 150 quilos ou mais, muitos indivíduos acabam por optar pela cirurgia bariátrica, que além do risco de uma cirurgia, pode não trazer todos os resultados esperados, porque o indivíduo vai ter que tomar certas atitudes que talvez não tenha tomado antes : dieta alimentar, controle da alimentação, exercícios físicos, e, acima de tudo, cuidar das causas emocionais que podem ter contribuído para a situação de obesidade, e em decorrência dela.
Assim, obesidade tem sim a ver com a nossa saúde mental, e consultar um psicólogo ou psicóloga, é tão importante quanto consultar o médico e a nutricionista.
Pense nisso e oriente aquelas pessoas obesas ou a caminho da obesidade que você conhece para procurar ajuda p quanto antes.

Marcos Borges – Psicólogo – CRP 06/10136